A reunião na
Casa Cabral Belmonte começou por volta das 9h00 da manhã de terça-feira (12) e
contou com as presenças de representantes da CIPPA, INEMA, IBAMA , Ministério
Público, membros da comunidade, poderes públicos executivo e legislativo de
Santa Cruz Cabrália e Belmonte. O objetivo foi apresentar os resultados
parciais dos trabalhos que vem sendo desenvolvidos há mais de cinco anos.
Patrícia
Regis – coordenadora Regional do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos
– INEMA deu início às apresentações. Em seguida, foi a vez de Henrique Jabur
- Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA apresentar os resultados parciais de
Santa Cruz Cabrália. Este órgão foi o responsável pelo levantamento no
município de 2011 até o momento. O indicativo de incêndio florestal chegou a
2789,17 área/ hectare.
Alguns dos
desafios para o controle de desmatamento é a grande quantidade de áreas a serem
vistoriadas, além da falta de recursos e ferramentas que poderiam otimizar os
trabalhos como: hardware, software e helicóptero etc.
A Obrigação
na reparação do dano também é civil e criminal. Algumas áreas não se recuperam
nem em médio prazo; daí a importância da medida de prevenção aos combates aos
incêndios florestais. “Sozinho ninguém
consegue controlar um incêndio. A elaboração de um informativo é conveniente
porque os notificados que não participaram da reunião terem acesso ao que foi
discutido”, diz Henrique Jabur.
A maioria
que está invadindo as áreas, desmatando, o desdobramento é criminal. Uma das
iniciativas que poderia ser tomada para amenizar e combater as queimadas na
região é a formação da Brigada contra incêndio; criação do órgão e formação de
pessoal treinado e equipado para o combate.
“O que temos que faz é uma
conscientização geral. Não existe na legislação federal, estadual e municipal algo
que autorize a retirada da mata atlântica. A questão de fiscalização é muito
importante. Temos que unir forças. A Secretaria de Meio Ambiente tem que criar
órgãos com cargos para o combate de queimadas. Também devemos adotar outra
postura: identificar e denunciar criminalmente. O Ibama e Inema poderia fornecer
maior número de provas (crime organizado, formação de quadrilha) para dar
celeridade ao processo. Estamos vendo o aumento da degradação de forma sistemática. Não dá para
continuar acontecendo isso”, afirmou o promotor Maurício Magnavita.
Fernando Barreto, representante do Sindicato
Rural, ressalta que a educação no campo é essencial: “Disciplinar, do pequeno ao grande agricultor, dizer o que pode e o que
não pode, o que é permitido e o que não é. Alguns agem por ignorância e outros
por maldade mesmo. Temos que educar o homem do campo e incentivá-lo a
permanecer por lá e não migrar pra cidade, pois não há mais espaço pra ele aqui”.
Morador do
povoado de Santo André, Antônio Ramalho diz que o modelo atual de combate ao
desmatamento não está funcionando mais: “Hoje
a nossa região é a de maior desmatamento do Brasil. Não adianta mais fazer
tantas reuniões. Esse modelo não funciona mais. Somos cidadãos com preocupação
com as questões ambientais. Tantos cursos enviados pelos governos e o que isso
adiantou?!”
“Se não houver a conscientização
ambiental por parte da comunidade, principalmente, vamos estar daqui a dois
anos discutindo novamente sobre o porquê de tantas queimadas”, conclui Euclides Senna – Secretário
de Meio Ambiente de Cabrália.
Fotos: Well Souza