quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Representantes de órgãos responsáveis pelo combate ao desmatamento se reúnem em Cabrália


A reunião na Casa Cabral Belmonte começou por volta das 9h00 da manhã de terça-feira (12) e contou com as presenças de representantes da CIPPA, INEMA, IBAMA , Ministério Público, membros da comunidade, poderes públicos executivo e legislativo de Santa Cruz Cabrália e Belmonte. O objetivo foi apresentar os resultados parciais dos trabalhos que vem sendo desenvolvidos há mais de cinco anos. 




Patrícia Regis – coordenadora Regional do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos – INEMA deu início às apresentações. Em seguida, foi a vez de Henrique Jabur -  Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA apresentar os resultados parciais de Santa Cruz Cabrália. Este órgão foi o responsável pelo levantamento no município de 2011 até o momento. O indicativo de incêndio florestal chegou a 2789,17 área/ hectare.



Alguns dos desafios para o controle de desmatamento é a grande quantidade de áreas a serem vistoriadas, além da falta de recursos e ferramentas que poderiam otimizar os trabalhos como: hardware, software e helicóptero etc.
A Obrigação na reparação do dano também é civil e criminal. Algumas áreas não se recuperam nem em médio prazo; daí a importância da medida de prevenção aos combates aos incêndios florestais. “Sozinho ninguém consegue controlar um incêndio. A elaboração de um informativo é conveniente porque os notificados que não participaram da reunião terem acesso ao que foi discutido”, diz Henrique Jabur.



A maioria que está invadindo as áreas, desmatando, o desdobramento é criminal. Uma das iniciativas que poderia ser tomada para amenizar e combater as queimadas na região é a formação da Brigada contra incêndio; criação do órgão e formação de pessoal treinado e equipado para o combate.


“O que temos que faz é uma conscientização geral. Não existe na legislação federal, estadual e municipal algo que autorize a retirada da mata atlântica. A questão de fiscalização é muito importante. Temos que unir forças. A Secretaria de Meio Ambiente tem que criar órgãos com cargos para o combate de queimadas. Também devemos adotar outra postura: identificar e denunciar criminalmente. O Ibama e Inema poderia fornecer maior número de provas (crime organizado, formação de quadrilha) para dar celeridade ao processo. Estamos vendo o aumento da  degradação de forma sistemática. Não dá para continuar acontecendo isso”, afirmou o promotor Maurício Magnavita.



 Fernando Barreto, representante do Sindicato Rural, ressalta que a educação no campo é essencial: “Disciplinar, do pequeno ao grande agricultor, dizer o que pode e o que não pode, o que é permitido e o que não é. Alguns agem por ignorância e outros por maldade mesmo. Temos que educar o homem do campo e incentivá-lo a permanecer por lá e não migrar pra cidade, pois não há mais espaço pra ele aqui”.

Morador do povoado de Santo André, Antônio Ramalho diz que o modelo atual de combate ao desmatamento não está funcionando mais: “Hoje a nossa região é a de maior desmatamento do Brasil. Não adianta mais fazer tantas reuniões. Esse modelo não funciona mais. Somos cidadãos com preocupação com as questões ambientais. Tantos cursos enviados pelos governos e o que isso adiantou?!”




“Se não houver a conscientização ambiental por parte da comunidade, principalmente, vamos estar daqui a dois anos discutindo novamente sobre o porquê de tantas queimadas”, conclui Euclides Senna – Secretário de Meio Ambiente de Cabrália.

Fotos: Well Souza